Foto: Reprodução O Brasil e o mundo enfrentam um grave problema que passa despercebido por muitos: as mortes evitáveis. Nos últimos tempos, o número de pessoas que perdem a vida por causas que poderiam ter sido prevenidas tem crescido de forma alarmante. São bebês, crianças, adolescentes, jovens e adultos que morrem em situações que poderiam ser evitadas com atenção, preparo e responsabilidade.
Em meio a esse cenário, surgem acusações infundadas de que vacinas seriam responsáveis por algumas dessas mortes. É importante reafirmar que as vacinas salvam vidas. Elas são seguras, eficazes e fundamentais para a saúde pública. Assim como qualquer intervenção médica, apresentam riscos, mas esses são mínimos diante dos benefícios. O verdadeiro problema está nos erros evitáveis, que seguem sendo cometidos em larga escala.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2,6 milhões de pessoas morrem todos os anos no mundo por erros evitáveis, o equivalente a cinco mortes por minuto. No Brasil, são 60 mil mortes por ano, o que equivale à queda de um avião por dia.
Essas tragédias têm diversas causas: profissionais mal formados, uso indevido de substâncias perigosas como anabolizantes e hormônios, diagnósticos falhos, hospitais sem estrutura e um sistema de saúde fragilizado pela falta de investimento e, muitas vezes, pelo descaso.
A chegada da inteligência artificial na medicina trouxe avanços significativos, mas também novos riscos. Muitos profissionais têm estudado menos, terceirizado o raciocínio clínico e perdido a capacidade de pensar criticamente, de questionar e, principalmente, de cuidar das pessoas. A tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas não pode substituir o olhar humano, a ética e a empatia.
A medicina precisa voltar às suas raízes, ao conhecimento profundo, à humanização e à responsabilidade. Quando o cuidado com a saúde é guiado pela superficialidade, quem paga o preço são os pacientes.
Seis mortes por hora no Brasil, cinco por minuto no mundo. Esses números não são estatísticas frias, são vidas perdidas que exigem reflexão, compromisso e ação imediata.
Uma boa semana a todos e que ela seja de reflexão e mudança.
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O Brasil enfrenta uma tragédia silenciosa e devastadora: a intoxicação por metanol. Nas últimas semanas, casos de mortes e internações chamaram a atenção para o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, produtos que deveriam conter álcool etílico, mas que, de forma criminosa, foram fabricados com metanol, uma substância altamente tóxica usada na indústria.
O metanol é letal mesmo em pequenas quantidades. Sua ingestão pode causar cegueira e, em doses maiores, levar à morte. O uso dessa substância em bebidas clandestinas é uma prática criminosa e revela muito mais do que um problema de saúde pública, é um sintoma de um sistema de fiscalização que vem falhando há anos.
Hoje, a responsabilidade de fiscalizar a produção e comercialização de bebidas no país é compartilhada entre o Ministério da Agricultura e Pecuária, as Vigilâncias Sanitárias estaduais e municipais e a Receita Federal. No entanto, o que se observa é uma falta de integração entre esses órgãos, ausência de rastreabilidade dos produtos e um modelo que prioriza a arrecadação de impostos, e não a qualidade e segurança dos consumidores.
Os selos fiscais, que deveriam atestar a regularidade do produto, não garantem a qualidade da bebida nem a autenticidade da sua origem. Pior: esses selos têm sido falsificados, tornando o sistema ainda mais vulnerável.
A chamada crise do metanol não é um acidente isolado, mas o resultado de anos de negligência e desmonte de mecanismos de controle. Sem um modelo robusto, integrado e transparente, tragédias como essa continuarão a acontecer.
É urgente que o governo adote medidas efetivas de fiscalização, rastreabilidade e punição aos responsáveis. Cada garrafa adulterada representa não apenas um crime, mas uma ameaça real à vida de milhares de brasileiros.
Boa semana a todos e que cobremos juntos ações concretas para evitar novas perdas irreparáveis.

Saúde em Destaque
Professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da UNISUL e da Medicina, com mais de 20 anos de experiência na área da saúde e gestão pública. Foi Secretário Municipal de Saúde, presidente do COSEMS-SC e diretor do CONASEMS. É mestre em Saúde Coletiva, doutor em Ciências Cardiovasculares pela UFRGS e possui MBA em Liderança e Gestão em Saúde pelo Einstein. Atualmente, é diretor executivo do Laboratório Santa Catarina.
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