Foto: Reprodução A adoção de inteligência artificial (IA) vem avançando rapidamente, mas os ganhos financeiros nem sempre acompanham as expectativas. Relatórios recentes de consultorias norte‑americanas têm destacado que a monetização da IA enfrenta obstáculos práticos que vão além da tecnologia em si. A seguir, organizei os principais pontos para você leitor entender o cenário e tomar decisões mais assertivas.
Precificação e adoção: onde a conta não fecha
Escalabilidade pós-implantação: do piloto ao produto
Levar um protótipo de IA para produção é diferente de ter uma funcionalidade sustentável:
Treinamento e monitoramento: o fator humano
Mesmo com bons modelos, o uso incorreto pode elevar custos e enviesar decisões:
Complexidades inerentes da aplicação de IA
Aplicar IA ainda é, em parte, um exercício de engenharia experimental:
Lições estratégicas: o caso dos sistemas móveis
A história recente mostra que perder uma onda tecnológica sai caro. Quando a Microsoft subestimou o mercado de sistemas operacionais móveis, Android e iOS consolidaram a liderança. A transição para nuvem e apps móveis redefiniu o terreno competitivo. Hoje, a empresa investe fortemente em copilotos e IA para manter relevância — um movimento que ilustra a importância de agir cedo, mas com prudência e foco em valor real.
Caminho prático para empresas de SaaS
A IA oferece ganhos concretos, mas exige disciplina operacional, boa engenharia de dados e um desenho de produto e preço centrado em resultados. Com metas realistas, governança e foco no usuário, a transição tende a ser mais segura — e os retornos, mais consistentes.
Foto: Reprodução O Waze lançou uma atualização que facilita o registro de incidentes nas vias, como buracos e acidentes. Agora, o motorista pode reportar diretamente pelo botão na tela ou por comando de voz, sem precisar interromper a direção para ligar ou navegar por múltiplos menus. O recurso passou por testes com um grupo limitado de usuários e chega gradualmente na nova versão do app, seguindo a característica de “rollout” por etapas comum em aplicativos móveis.
O que muda na prática
Waze vs. Google Maps: complementares, mas com personalidades diferentes
Embora ambos sejam da Google e compartilhem dados e recursos, eles têm focos distintos que valem a escolha conforme o contexto:
Perfil de uso:
Rotas e dinâmica:
Alertas e comunidade:
Para o motorista do dia a dia em áreas urbanas com trânsito pesado, o Waze tende a entregar ganhos de tempo pela reatividade. Para planejamento mais amplo, descoberta de lugares, ou uso multimodal (carro, transporte público, caminhada), o Google Maps continua sendo a opção mais completa. Em muitos casos, manter ambos instalados oferece o melhor dos dois mundos: velocidade e adaptabilidade do Waze, com o ecossistema de informações e serviços do Google Maps.
Foto: Reprodução O Mercado Livre mira um objetivo ambicioso: movimentar R$ 183 bilhões em vendas no Brasil até 2025 e alcançar algo próximo de metade do mercado de e-commerce em um país de dimensão continental. Para chegar lá, a empresa combina três pilares tecnológicos e operacionais: infraestrutura logística, integração financeira e inteligência de dados. Essa junção cria uma experiência de compra e venda mais estável, rápida e previsível, reduzindo fricções para consumidores e vendedores.
Vantagens competitivas e expansão no Brasil
A vantagem do Mercado Livre começa na integração de serviços. No front-end, a conexão com o ecossistema do Google ajuda em descoberta, tráfego e personalização de anúncios, enquanto, no back-end, a área financeira (Mercado Pago) reduz rejeições de cartão e oferece pagamentos instantâneos, saldo em carteira, Pix e crédito. Essa integração diminui abandono de carrinho e melhora conversão.
No operacional, a infraestrutura logística própria, com fulfillment, malha aérea e centros de distribuição regionais, encurta prazos e aumenta previsibilidade de entrega, especialmente quando vendedor e comprador estão próximos de hubs. A companhia reforça investimentos no país com abertura de novos centros, roteirização avançada e contratos com parceiros privados, mirando capilaridade e custos menores por encomenda. Essa expansão é crítica no Brasil, onde distâncias, diversidade de endereços e sazonalidade impõem desafios únicos.
A inteligência de dados fecha o ciclo: algoritmos de precificação, recomendação e detecção de fraude melhoram a qualidade do catálogo, a relevância de ofertas e a segurança das transações. Para o vendedor, isso se traduz em maior visibilidade e gestão mais eficiente de estoque e frete; para o consumidor, em entregas rápidas, menos atrito no pagamento e menor risco de problemas.
Distribuição no Brasil: Correios vs. rede privada do Mercado Livre
Historicamente, os Correios enfrentam dificuldades em manter eficiência e consistência na distribuição de encomendas em escala nacional, impactando prazos e integridade de pacotes em alguns trechos da malha. O Mercado Livre, por sua vez, ao migrar gradualmente para uma rede privada de distribuição e operar centros próprios de fulfillment, reduziu etapas intermediárias, padronizou manuseio e ampliou rastreabilidade. O resultado relatado pelo mercado foi uma queda nas reclamações por extravio e danos, além de prazos mais curtos e previsíveis.
É importante notar que a eficiência ainda varia por região e pelo tipo de operação (coleta na origem, last mile urbano, rotas interestaduais). Em áreas com maior densidade de pedidos e hubs próximos, o desempenho tende a ser superior; em áreas remotas, a empresa ainda depende de parceiros e rotas mais longas. Mesmo assim, o modelo de rede privada, combinado com dados em tempo real para roteirização e previsão de demanda, tem se mostrado mais adequado ao volume crescente do e-commerce.
Em síntese, o avanço do Mercado Livre no Brasil decorre da integração entre logística própria, serviços financeiros robustos e uso intensivo de dados. Se a meta de R$ 183 bilhões em 2025 se sustentar, a empresa consolida uma posição dominante, pressionando concorrentes a acelerar investimentos em fulfillment, pagamentos e tecnologia para manter competitividade no mercado brasileiro.
Foto: Reprodução Um incêndio em um grande datacenter em Daejeon, na Coreia do Sul, na noite de sexta-feira (29/9), provocou a indisponibilidade de 647 sistemas governamentais e desencadeou um debate nacional sobre a estratégia de armazenamento de dados públicos. Escolas, hospitais e órgãos administrativos foram afetados, com impacto direto na prestação de serviços essenciais.
Entre os 96 sistemas críticos atingidos estava o G-Drive, plataforma de nuvem interna utilizada por servidores públicos. Hospedado em um único datacenter e sem backups externos, o serviço resultou na perda permanente de arquivos de cerca de 750 mil funcionários. O governo tenta agora recompor parte das informações por meio de arquivos locais, e-mails, documentos oficiais e registros impressos.
De acordo com o The Guardian, o incêndio teria começado durante o transporte interno de baterias de íon-lítio usadas na infraestrutura do datacenter, quando uma delas explodiu. Até o fim da semana seguinte ao incidente, pouco mais de 10% dos serviços haviam sido restaurados. A gravidade do caso levou o presidente Lee Jae Myung a pedir desculpas públicas, afirmando estar “chocado” com a ausência de procedimentos adequados de backup. Quatro funcionários foram detidos para prestar esclarecimentos.
Contexto e precedentes
O episódio remete a 2022, quando uma falha semelhante envolvendo baterias em datacenter afetou o superapp Kakao, amplamente utilizado no país. O novo incidente reacende discussões sobre:
A Vital Importância dos Backups para a Segurança e Continuidade Empresarial
No cenário empresarial atual, onde os dados são um ativo crucial, a implementação de backups robustos é indispensável para a segurança e a continuidade dos negócios. Incidentes como o recente incêndio em um datacenter na Coreia do Sul, que resultou na perda de dados governamentais, sublinham os riscos de falhas de hardware, erros humanos, ataques cibernéticos e desastres naturais. Sem um sistema de backup eficaz, a recuperação de informações críticas pode ser inviável ou extremamente onerosa, levando a perdas financeiras, danos à reputação e, em casos extremos, ao encerramento das operações. Backups bem planejados garantem que, mesmo diante de imprevistos, os dados possam ser restaurados rapidamente, minimizando o tempo de inatividade e permitindo a retomada ágil das atividades.
A estratégia de backup é um componente vital do plano de continuidade de negócios e recuperação de desastres (BCDR), que define os procedimentos e tecnologias para restaurar sistemas e serviços dentro de prazos aceitáveis. A conformidade com regulamentações de proteção de dados, como a LGPD e a GDPR, também exige a manutenção de backups e a capacidade de recuperação, evitando multas e sanções. A adoção da regra 3-2-1 – três cópias dos dados, em duas mídias distintas, com uma cópia offsite – é uma prática recomendada para maximizar a segurança. Em suma, investir em backups não é um gasto, mas um investimento estratégico na resiliência, na reputação e na sustentabilidade de qualquer empresa no ambiente digital.
Imagem: divulgação A possível “Gropedia”, derivada do Grok — a IA integrada ao X (antigo Twitter) e promovida por Elon Musk — surge como proposta de enciclopédia dinâmica em contraponto à Wikipédia. Enquanto a Wikipédia opera com políticas consolidadas de verificabilidade, neutralidade e revisão comunitária, recorrendo a critérios de notoriedade e ao uso orientado de fontes consideradas confiáveis, o Grok aposta em atualização em tempo real, síntese algorítmica de conteúdos e sinais de engajamento social. Essa diferença de arquitetura expõe um trade-off: a velocidade e a diversidade de perspectivas podem vir acompanhadas de ruído, boatos e menor transparência nos critérios de ranqueamento, ao passo que o modelo da Wikipédia privilegia estabilidade, trilhas de auditoria e discussão pública, mas pode ser mais lento e refletir vieses da própria comunidade e do ecossistema de fontes aceitas.
O debate sobre neutralidade na internet envolve seleção de fontes, curadoria e moderação, além da própria lógica técnica dos algoritmos. Tanto a Wikipédia quanto uma eventual Gropedia estão sujeitas a vieses: a primeira, pelos padrões editoriais e perfil de colaboradores; a segunda, pelos dados de treinamento, métricas de engajamento e políticas da plataforma. Para o leitor, três pilares seguem centrais na avaliação de qualquer “nova enciclopédia”: transparência das fontes e dos links utilizados, rastreabilidade das alterações e mecanismos claros de correção de erros e resolução de conflitos.
Em perspectiva, é provável que haja complementaridade mais do que substituição: ferramentas como o Grok tendem a cobrir fatos emergentes e tendências com rapidez, enquanto a Wikipédia consolida e verifica informações com maior rigor. Caminhos de evolução incluem padrões mais explícitos de citação e confiança, além de modelos híbridos de governança que combinem curadoria comunitária e auditorias algorítmicas. No fim, a leitura crítica e a checagem cruzada permanecem essenciais para reduzir riscos de vieses e manipulação da informação.

Espaçotec
Especialista em Sistemas de Informação, certificado pela Google e Oracle, com mais de 25 anos de experiência em tecnologia. Pós-graduado em Redes, Engenharia de Software e Gestão Empresarial, é professor há mais de 15 anos e colunista do Espaçotec. Atua como mentor, líder técnico e educador, ajudando pessoas e empresas a crescerem com organização, planejamento e inovação. Apaixonado por eletrônica, une prática e criatividade em tudo o que faz.
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