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COLUNISTAS

O “recorde” do motor axial da YASA para os carros elétricos

05/11/2025 14h36 | Atualizada em 05/11/2025 14h34 | Por: Levi Tancredo
Foto: Reprodução

A YASA, empresa britânica especializada em motores de fluxo axial, anunciou um protótipo de motor elétrico com densidade de potência impressionante: 750 kW (cerca de 1.005 cv) em apenas 12,7 kg de massa. Em termos simples, é como concentrar a potência combinada de dois Tesla Model 3 Performance em um motor que pesa menos que uma bicicleta elétrica robusta. Segundo a reportagem citada pelo portal Supercar Blondie, o feito foi alcançado sem recorrer a materiais exóticos ou de alto custo, o que abre caminho para produção em escala e aplicação em veículos elétricos mais acessíveis.

Por que isso é relevante

  • Densidade de potência: significa quanta potência o motor entrega por quilo. Quanto maior, mais leve e eficiente pode ser o conjunto motriz do veículo, liberando espaço e peso para baterias ou aumentando a autonomia/desempenho.
  • Arquitetura de fluxo axial: diferente dos motores radiais (mais comuns), o fluxo axial organiza rotor e estator “em disco”, o que pode reduzir volume, melhorar resfriamento e permitir maior torque em baixas rotações — algo valioso para tração veicular.
  • Sem materiais de alto custo: se a YASA realmente evita ímãs e ligas raras ou os utiliza de forma mínima, há ganhos de custo e menor dependência de cadeias de suprimento voláteis.

    O que observar adiante
     
  • Integração no veículo: potência máxima de laboratório nem sempre se traduz direto para uso contínuo. É crucial avaliar potência contínua (sustained), ciclo térmico e gestão de calor em aplicações reais.
  • Sistema completo: motor é apenas parte do trem de força. Inversor, bateria e software de controle precisam sustentar corrente e tensão nesse nível, com segurança e durabilidade.
  • Custo por kW: o impacto para carros “mais acessíveis” depende do custo total do sistema e da capacidade de produção em volume.
  • Confiabilidade: testes de longa duração, vibração, ciclos de carga/descarga térmica e manutenção ditam a adoção por montadoras.

Em resumo, o marco da YASA sugere uma evolução importante na compactação e eficiência dos motores para veículos elétricos. Se a empresa comprovar potência contínua alta, custo competitivo e robustez, podemos ver carros elétricos mais leves, eficientes e com melhor desempenho chegando ao mercado nos próximos anos.
 

Ética no home office: o que o caso Itaú nos ensina

27/10/2025 18h30 | Atualizada em 27/10/2025 18h41 | Por: Levi Tancredo

O episódio recente envolvendo as mil demissões no Itaú, em que parte dos colaboradores em home office teriam admitido atuar simultaneamente para outras empresas, acende um alerta importante sobre os limites e responsabilidades no “novo trabalho”. 

A tecnologia ampliou a autonomia, podemos trabalhar de qualquer lugar, em horários flexíveis e com múltiplas ferramentas, mas essa liberdade vem acompanhada de um teste diário de integridade. Trabalhar de casa não é sinônimo de fazer o que quiser; é cumprir o combinado, com qualidade e previsibilidade. Em ambientes distribuídos, a confiança se torna a principal moeda: quando ela é quebrada, dificilmente uma política de RH, um contrato mais rígido ou um novo software de monitoramento conseguem recompor o dano reputacional.

A produtividade nesse cenário não se mede por horas logadas, e sim por entregas, impacto e consistência. A confusão entre autonomia e ausência de limites levou alguns profissionais a negligenciar acordos básicos, escopo, disponibilidade, exclusividade ou comunicação de vínculos paralelos, e o resultado foi a perda de credibilidade. Em mercados cada vez mais interconectados, reputação é um ativo que se constrói lentamente e pode se perder de forma abrupta. 

Para as organizações, o caso reforça a necessidade de clareza contratual (regras de exclusividade, conflito de interesses e políticas de “moonlighting”), metas orientadas a resultados e rituais de acompanhamento que privilegiam a transparência. Para os profissionais, é um lembrete de que ética não é acessório: é infraestrutura. A tecnologia viabiliza o trabalho remoto; a ética o sustenta. Quando os dois caminham juntos, o home office deixa de ser um risco e se torna uma vantagem competitiva para todos.

 

Fim do Suporte ao Windows 10: por que o Linux ganhou força

24/10/2025 14h07 | Atualizada em 24/10/2025 14h06 | Por: Levi Tancredo
Foto: Reprodução

A descontinuação do suporte ao Windows 10 acelerou a adoção de distribuições Linux em diversos perfis de usuários. Sem atualizações de segurança, correções e drivers, o Windows 10 torna-se gradualmente inseguro e incompatível com novos periféricos. Ao mesmo tempo, a migração para o Windows 11 enfrenta barreiras técnicas: o sistema exige TPM 2.0 e processadores suportados, o que exclui muitas máquinas ainda plenamente funcionais. Esse cenário criou um “efeito funil”: usuários e organizações que não podem (ou não querem) investir em hardware novo buscam alternativas estáveis, seguras e familiares — e o Linux aparece como caminho natural.

Entre as distribuições com apelo para quem vem do Windows, destaca-se o Zorin OS, que registrou um pico rápido de 100.000 downloads, com cerca de 72% dos novos usuários migrando diretamente do Windows. Esse movimento não é isolado: interfaces gráficas mais polidas, instaladores guiados e ferramentas de compatibilidade (como o suporte a aplicativos via Flatpak/Snap e camadas como Wine/Proton para alguns softwares) tornaram a transição menos traumática do que no passado.

TPM, Windows 11 e impacto na compatibilidade

  • Exigências como TPM 2.0 e listas de CPUs homologadas limitam a atualização de muitos PCs que seguem em perfeito estado de uso.
  • Empresas e escolas com parques heterogêneos sentem mais o impacto, pois a adequação pode envolver troca de placas-mãe ou equipamentos inteiros.
  • Para quem não atende aos requisitos do Windows 11, a atualização “forçada” por hardware torna o Linux uma alternativa concreta, especialmente em cenários de navegação, escritório, educação, desenvolvimento e computação leve a moderada.

Alternativas e caminhos de transição

  • Distribuições recomendadas para migrantes do Windows: Zorin OS, Linux Mint (Cinnamon), Ubuntu (com sabores como Kubuntu), Pop!_OS. Essas opções priorizam facilidade de uso, suporte a drivers e estabilidade.
  • Facilidades de migração: algumas distribuições detectam instaladores do Windows e sugerem o melhor tipo de instalação (dual boot ou substituição), reduzindo erros de configuração.
  • Estratégia de curto prazo: para quem ainda depende de aplicativos específicos do Windows, manter o sistema atual por 6 a 12 meses pode ser prudente — período para planejar migração, avaliar compatibilidade de software (nativo ou via virtualização/contêineres) e preparar backup e treinamento.
  • Segurança durante a espera: caso permaneça temporariamente no Windows 10, mitigue riscos com firewall ativo, navegador atualizado, antivírus confiável, princípio de menor privilégio e segmentação de uso (evitar tarefas sensíveis no sistema desatualizado).

Em resumo, o fim do suporte ao Windows 10 somado às exigências de hardware do Windows 11 acelerou a adoção do Linux, especialmente em máquinas que continuam úteis, mas fora da matriz de compatibilidade da Microsoft. Com distribuições mais amigáveis e processos de instalação maduros, a migração tornou-se viável para usuários domésticos, educacionais e corporativos que buscam estender a vida útil do hardware sem abrir mão de segurança e atualizações.
 

IA dominando a internet – o que isso significa para a qualidade do conteúdo?

23/10/2025 09h17 | Atualizada em 23/10/2025 09h17 | Por: Levi Tancredo
Foto: Reprodução

Nos últimos anos, a presença da inteligência artificial (IA) na produção de textos online cresceu de forma acelerada. Uma análise de publicações entre 2022 e 2025 indica que, em maio, artigos escritos por modelos de linguagem chegaram a 51% do total, superando os criados por pessoas (48,28%). Embora o recorte citado tenha considerado 65 URLs, o dado ilustra uma tendência clara: a IA deixou de ser coadjuvante e passou a ocupar papel central na geração de conteúdo.

Esse avanço traz benefícios e dilemas. Por um lado, ferramentas de IA auxiliam na escrita, com correções gramaticais, reorganização de ideias, sugestões de clareza, sem necessariamente substituir a voz do autor. Por outro, o uso excessivo e desatento pode criar um ciclo vicioso: a IA treina em conteúdos produzidos por IA, que por sua vez alimentam novos textos automatizados. O risco é uma “retroalimentação” que empobrece o ecossistema informacional.

IA como apoio versus IA como substituta

  • Uso consciente: quando a IA é empregada como apoio (revisão, padronização, rascunhos iniciais), preserva-se a autenticidade, a visão de mundo e a opinião do autor. A tecnologia atua como um editor paciente e disponível, elevando a qualidade sem apagar a individualidade.
  • Uso acrítico: quando a IA substitui integralmente o processo criativo, surgem textos corretos, mas genéricos. O discurso tende ao “lugar-comum”, com pouca profundidade e baixa originalidade.

A armadilha do conteúdo repetitivo

A internet sempre recompensou a repetição como resumos, listas e “melhores práticas”. Com a IA, esse padrão se intensifica. Modelos de linguagem são ótimos em reconhecer e reproduzir padrões; por isso, quando alimentados com materiais redundantes, produzem “cópias de cópias”. O resultado é:

  • Deterioração da qualidade: textos que soam certos, mas dizem pouco.
  • Irrelevância contextual: recomendações que não consideram nuances locais, culturais ou setoriais.
  • Distorção sutil: simplificações que, acumuladas, alteram o sentido original de ideias complexas.

Como antídoto, a criatividade humana continua essencial. Experiências pessoais, análises originais, reportagens em campo e interpretações embasadas geram material que a IA, por definição, não viveu nem sentiu. É esse “calor humano” como o contexto, a crítica e o conflito de ideias, que evita a homogeneização.

Em síntese: a predominância da IA na publicação online é um fato, mas o impacto sobre a qualidade depende menos da tecnologia e mais de como a usamos. Quando combinada com curadoria rigorosa e autoria responsável, a IA pode ampliar a qualidade e o alcance do conteúdo. Sem isso, corremos o risco de uma internet cada vez mais previsível e menos útil.
 

Pane na AWS afeta serviços globais: o que aconteceu e por que isso importa

20/10/2025 14h37 | Atualizada em 20/10/2025 14h38 | Por: Levi Tancredo
Foto: Reprodução

A Amazon Web Services (AWS) reportou, por volta das 4h11 desta segunda-feira (horário de Brasília), um aumento nas taxas de erro e na latência em múltiplos serviços na região US-EAST-1. Segundo a empresa, a causa estava relacionada à resolução de DNS do endpoint da API do Amazon DynamoDB nessa região. Como consequência, diversos serviços populares tiveram instabilidade ou ficaram fora do ar, incluindo Zoom, Steam, Epic Games, PlayStation Network, Roblox, Pokémon Go, Fortnite, McDonald's, Alexa, Signal, Disney+, Reddit e Perplexity. A falha principal já foi corrigida, mas a normalização completa pode levar algum tempo enquanto sistemas se reequilibram e caches de DNS se propagam. As informações foram divulgadas pelo site Tom’s Hardware.

Entendendo o impacto técnico

  • Região crítica: a US-EAST-1 é uma das regiões mais antigas e amplamente utilizadas da AWS. Muitos serviços de terceiros dependem diretamente dela ou a utilizam como região primária.
  • Ponto de falha: o problema ocorreu na resolução de DNS para o endpoint de API do Amazon DynamoDB. O DNS é o “serviço de lista telefônica” da internet que traduz nomes em endereços IP. Se o DNS falha ou oscila, aplicações não conseguem “enxergar” o serviço de backend, mesmo que os servidores estejam operacionais.
  • Efeito cascata: quando um serviço central como o DynamoDB fica intermitente em uma região, aplicações que dependem dele podem apresentar erros, timeouts e filas acumuladas. Isso afeta autenticação, sessões, catálogos, jogos online e APIs de plataformas.
  • Retorno gradual: mesmo após o ajuste na origem do problema, a recuperação é progressiva. Caches de DNS precisam expirar/propagar, filas devem ser drenadas e conexões reestabelecidas, o que explica a volta “aos poucos” de cada serviço.

Lições de resiliência para empresas e usuários

  • Multirregião e failover: arquiteturas que distribuem carga entre múltiplas regiões (active-active) e implementam failover automático tendem a reduzir o tempo de indisponibilidade. No entanto, isso exige planejamento de dados (replicação, consistência) e custos adicionais.
  • Dependências explícitas: mapear serviços críticos (como DNS, bancos NoSQL, filas e autenticação) ajuda a criar planos de contingência. Em muitos casos, o “ponto único” não é a aplicação, mas o serviço gerenciado subjacente.
  • Observabilidade: métricas, logs e tracing permitem identificar rapidamente gargalos — por exemplo, diferenciar erro de aplicação de falha na resolução de DNS.
  • Experiência do usuário: exibir mensagens claras de indisponibilidade e implementar retries com backoff exponencial evita sobrecarregar sistemas durante a recuperação e melhora a percepção do cliente.

Para o público em geral, incidentes como este lembram que, apesar da escala e confiabilidade da nuvem, eventos regionais podem ter repercussão global, dado o grau de interdependência entre plataformas. Para equipes de tecnologia, reforça a importância de desenhar aplicações resilientes, com estratégias de redundância, testes de caos (chaos engineering) e planos de resposta a incidentes bem ensaiados.
 

Levi Tancredo

Espaçotec

Especialista em Sistemas de Informação, certificado pela Google e Oracle, com mais de 25 anos de experiência em tecnologia. Pós-graduado em Redes, Engenharia de Software e Gestão Empresarial, é professor há mais de 15 anos e colunista do Espaçotec. Atua como mentor, líder técnico e educador, ajudando pessoas e empresas a crescerem com organização, planejamento e inovação. Apaixonado por eletrônica, une prática e criatividade em tudo o que faz.

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