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COLUNISTAS

O Simples continua simples com a Reforma Tributária?

16/09/2025 15h27 | Atualizada em 16/09/2025 15h24 | Por: Maurício Dobiez
Foto: Reprodução

“No Brasil, imposto esquecido é lucro perdido.”

Com a aprovação da Reforma Tributária, muitos pequenos empresários ficaram em dúvida se o Simples Nacional vai acabar ou perder as vantagens que sempre teve. A boa notícia é que o Simples continua existindo, mas com algumas mudanças importantes que merecem atenção.

O Simples foi criado para descomplicar a vida das micro e pequenas empresas, reunindo vários tributos em uma única guia, o DAS. Isso não muda. A diferença é que, aos poucos, o PIS, a Cofins, o ICMS, o ISS e o IPI deixam de existir e serão substituídos por dois novos impostos:
    •    CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) – federal
    •    IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) – estadual e municipal

Esses impostos vão atingir todas as empresas, inclusive as do Simples.

A novidade é que surge a possibilidade de um regime híbrido: o empresário do Simples poderá optar por pagar o CBS e o IBS “fora” do DAS. Isso significa que ele terá direito a gerar créditos para seus clientes, algo que pode ser decisivo em alguns setores.

Na prática, o que isso quer dizer?
    •    Para quem vende direto ao consumidor final (padaria, salão de beleza, loja de roupas), o Simples tradicional continua sendo vantajoso. Afinal, o cliente pessoa física não aproveita crédito de imposto.
    •    Já para quem vende para outras empresas (B2B), pode ser que os clientes comecem a exigir nota com crédito de imposto. Nesse caso, avaliar o regime híbrido pode ser estratégico, mesmo que traga mais burocracia.

Portanto, o Simples não acabou e continua sendo uma ótima escolha para a maioria dos pequenos negócios. Mas o empresário precisa abrir os olhos: cada vez mais será importante entender quem é o cliente, como funciona sua cadeia de fornecimento e se vale a pena gerar crédito de impostos.

A Reforma não tirou o Simples. Apenas deixou claro que, no Brasil, até o simples precisa ser bem planejado e não tem nada de simples…

Tributação não veio, mas o cerco fechou: a nova fase do PIX

05/09/2025 12h58 | Atualizada em 05/09/2025 12h59 | Por: Maurício Dobiez
Imagem: Freepik

Em 2024, o PIX foi alvo de uma das maiores ondas de desinformação dos últimos tempos. Bastou a publicação de uma instrução normativa da Receita Federal, que ampliava o monitoramento de movimentações financeiras, para que surgisse a narrativa de que o governo passaria a “cobrar imposto sobre cada transação no PIX”. A reação foi imediata: protestos nas redes, mal-entendidos em grupos de WhatsApp e uma enxurrada de críticas. 

No fim das contas, não havia nenhum novo tributo. Tratava-se apenas de um ajuste na obrigação de comunicação via e-Financeira — que, diante da polêmica, acabou sendo revogado poucos dias depois.

Passado um ano, o tema volta à pauta. Em agosto de 2025, a Receita Federal publicou uma nova norma que não mexe no bolso diretamente, mas muda o cenário regulatório. Agora, fintechs e instituições de pagamento foram equiparadas aos bancos tradicionais e passam a ter que prestar informações detalhadas sobre movimentações de seus clientes. Isso vale quando os valores ultrapassam R$ 2.000,00 por mês no caso de pessoas físicas e R$ 6.000,00 mensais no caso de pessoas jurídicas. Não se trata de tributação, mas de fiscalização reforçada. O objetivo declarado é fechar brechas usadas para lavagem de dinheiro, especialmente após operações da Polícia Federal que identificaram o uso de carteiras digitais por organizações criminosas.

Na prática, o PIX continua gratuito e sem impostos. O que muda é a transparência: se antes apenas bancos e grandes instituições financeiras tinham de enviar dados à Receita, agora também empresas de tecnologia financeira entram nesse radar. Em termos técnicos, não há novidade no instrumento; mas em termos de alcance, é uma mudança significativa. O “cerco” se fecha não sobre o cidadão comum que paga suas contas no dia a dia, mas sobre o universo das transações que movimentam volumes acima desses limites.

É natural que parte da sociedade olhe com desconfiança. Afinal, a lembrança da polêmica de 2024 ainda é recente, e muitos associam a palavra “fiscalização” à ideia de novos tributos. Mas é importante separar as coisas: a Receita não está criando um imposto sobre o PIX, e sim ampliando o controle sobre a movimentação financeira no sistema. Pode-se discutir se isso é positivo ou não, mas o fato é que o Estado, cada vez mais digital, acompanha o ritmo das transações eletrônicas.

O episódio deixa uma lição importante: informação é a melhor arma contra o ruído. No ano passado, o boato de tributação mobilizou milhões de pessoas sem que houvesse base legal para isso. Agora, a mudança é real, mas tem natureza distinta: não pesa no bolso diretamente, mas aumenta a visibilidade das operações. Para o cidadão que cumpre suas obrigações, a regra não traz impacto imediato. Mas para o sistema como um todo, marca a entrada em uma nova fase: mais monitorada, mais integrada e, certamente, mais próxima do olhar da Receita.

Maurício Dobiez

Maurício Dobiez

Formado em Ciências Contábeis e Pós-Graduado em Gerência Contábil, foi professor universitário por 8 anos. É sócio da HOLD Contabilidade e da Terceirizou – Terceirização Financeira, além de atuar como investidor em empresas de segmentos diversificados. Colunista do jornal Folha Regional e da Rádio Hiper, também é diretor em duas Associações de Mútuo Benefícios. Foi presidente do Hercílio Luz Futebol Clube e exerceu cargos de liderança no CEJESC e na AJET, consolidando uma trajetória de gestão e representatividade.

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