Após sete anos, justiça reconhece réu como responsável pelo homicídio qualificado de jovem, que teve sua veia cava rompida por agressões físicas.
Após quase 30 horas de julgamento, a Justiça de Santa Catarina condenou o réu pela morte de Isadora, em um veredito que emocionou os familiares da vítima. A decisão, proferida na madrugada desta sexta-feira (05) pelo Tribunal do Júri de Imbituba, fixou a pena em 12 anos de reclusão em regime inicial fechado.
O Conselho de Sentença acatou as provas apresentadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que demonstraram que o réu praticou homicídio qualificado por feminicídio. O promotor de Justiça Geovani Werner Tramontin, do Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri (GEJURI), destacou o trabalho exaustivo da equipe. "Foram dois dias exaustivos, mais de cinco mil páginas de processo para estudar, mais de 50 horas de vídeo. O Ministério Público cumpriu com sua função de defesa da vida e, também, em defesa das mulheres neste crime de feminicídio", pontuou.
A promotora de Justiça Patrícia Zanotto, que também atuou no caso, ressaltou o encerramento do processo após sete anos do crime. "Além da condenação, foi determinada a perda do cargo público", acrescentou. O réu teve negado o direito de recorrer em liberdade e já foi encaminhado a um presídio.
Relembre o caso
O crime ocorreu na manhã de 8 de maio de 2018. Isadora, após passar a noite com o réu, ligou para a irmã dele pedindo ajuda, pois o namorado estaria passando mal em decorrência do uso de entorpecentes. Segundo o MPSC, o pedido de socorro teria irritado o acusado, que, após a saída da irmã e do cunhado, agrediu a jovem.
A perícia afastou a hipótese de overdose, levantada pela defesa, e constatou que Isadora teve um trauma abdominal e a ruptura da veia cava devido à violência física. Mesmo com a gravidade das agressões, o réu demorou a acionar o socorro. Ele ligou primeiro para um amigo médico e, somente depois, para o serviço de emergência.
Quando os socorristas chegaram ao local, Isadora estava inconsciente e foi levada ao hospital, onde não resistiu. O médico que a atendeu, ao suspeitar das lesões, acionou imediatamente a Polícia Civil, dando início à investigação que levou à condenação. Durante o julgamento, testemunhas e delegados corroboraram as provas.
A dor da família e o alívio parcial
A sessão do júri, acompanhada por familiares e amigos, foi um momento de grande emoção. Mariana Viana Costa, irmã gêmea de Isadora, expressou a dor da perda: "A Isadora era a minha melhor amiga e eu nunca mais vou poder ter ela na minha vida. É uma dor que vai ficar para sempre".
O pai, Rogério Froner Costa, afirmou que a condenação trouxe um alívio parcial. "Contente eu não vou estar, mas com a consciência aliviada, o coração um pouco mais leve para nós tentarmos recomeçar a nossa vida", disse.
Já a mãe, Cibelle Viana Costa, agradeceu a atuação do Ministério Público e destacou o vazio eterno deixado pela filha. “Eu quero ressaltar a atuação do Promotor e da Promotora que foi excelente, ficamos muito satisfeitos e dizer que a minha dor nunca mais vai embora, que eu vou ter que conviver o resto da minha vida com essa falta da minha filha, mas que o nome e a história dela foram honrados.”