Corpo clínico do Hospital São Camilo notifica direção por atrasos e ameaça paralisação de atendimentos

O corpo clínico do Hospital São Camilo de Imbituba formalizou, em 24 de novembro, uma notificação extrajudicial à direção da instituição para cobrar a regularização dos repasses médicos referentes aos meses de setembro e outubro de 2025, que estão em atraso. O documento, assinado pelo diretor clínico, Dr. Rosenvaldo da Silva Junior, alerta que a situação compromete a continuidade dos serviços e pode levar à suspensão das atividades, caso o problema não seja solucionado.

Os médicos, que atuam por meio de contratos firmados como pessoas jurídicas, afirmam que a regularidade dos pagamentos é essencial para garantir a sustentabilidade da assistência prestada. O corpo clínico aguarda retorno da direção do hospital.

Ata de reunião realizada no mesmo dia 24 indica que o atraso decorre do não pagamento das parcelas previstas no convênio firmado entre a gestão municipal e o Hospital São Camilo. O encontro contou com a participação do Sindicato dos Médicos de Santa Catarina e discutiu medidas diante da falta de solução por parte da administração municipal e da instituição hospitalar.

Ficou decidido que os médicos de sobreaviso elaborariam documento próprio informando a paralisação dos atendimentos não emergenciais a partir de 1º de dezembro, medida alinhada à ação já adotada pela empresa que gerencia o Pronto-Socorro da unidade. Também será solicitada reunião com a Secretaria Municipal de Saúde para discutir a criação de um cronograma formal de pagamentos.

Prefeitura diz que não há falta de recursos e que pendências estão sendo corrigidas

Em nota oficial, a Prefeitura de Imbituba informou que equipes técnicas do município, do Hospital São Camilo e da AMAI atuam em força-tarefa para revisar e corrigir pendências burocráticas acumuladas ao longo dos últimos anos. Segundo a administração municipal, não há falta de recursos para manter os repasses financeiros, mas a liberação depende da regularização documental exigida pela legislação vigente, garantindo segurança jurídica e transparência.

O governo municipal afirmou ainda que o diálogo com as direções das instituições é constante e que todos estão empenhados em solucionar as questões com agilidade para assegurar a continuidade dos serviços. Novas atualizações deverão ser divulgadas após a conclusão da análise técnica.

Profissionais citam interferências e vão recorrer à Comissão de Ética

Durante a reunião do corpo clínico, médicos também relataram situações classificadas como “disparidades éticas”, envolvendo interferências de membros da direção hospitalar e de parte da equipe de enfermagem em condutas clínicas. Os profissionais decidiram encaminhar ocorrências desse tipo à Comissão de Ética Médica.

A categoria reforça que aguarda providências imediatas para evitar impactos na assistência prestada à população.