Parlamentar catarinense destacou, em entrevista à Rádio Litoral, que acesso a financiamento com juros baixos deve vir acompanhado de orientação e preparo técnico para garantir a sobrevivência dos pequenos negócios.
O deputado federal Jorge Goetten de Lima (Republicanos) destacou, em entrevista à Rádio Litoral, a importância de políticas públicas voltadas ao fortalecimento da micro e pequena empresa no Brasil. Presidente da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, o parlamentar ressaltou que a sobrevivência dos negócios nos primeiros anos depende tanto de acesso a linhas de crédito subsidiadas quanto de capacitação adequada dos empreendedores.
Goetten relembrou o avanço conquistado com o programa Desenrola, inicialmente voltado para pessoas físicas e posteriormente estendido às micro e pequenas empresas. Para ele, iniciativas como essa precisam caminhar lado a lado com novos projetos de estímulo ao empreendedorismo. Um dos exemplos citados foi o programa Nascer Bem, idealizado por ele, que busca desburocratizar a abertura de pequenos negócios e oferecer acompanhamento semelhante ao que já existe no crédito rural.
Segundo o deputado, um dos grandes problemas enfrentados pelos novos empreendedores é a falta de preparo para administrar o caixa da empresa.
“Normalmente quem empreende não tem salário, acha que o dinheiro que entra já é seu e começa a gastar. É preciso entender que, nos primeiros anos, o empresário tem que servir à empresa, não o contrário. É um sacrifício inicial para garantir a sobrevivência do negócio”, alertou.
Goetten defendeu que bancos e instituições financeiras assumam também a responsabilidade de orientar e treinar os empreendedores que acessam crédito.
“Não basta liberar recursos. É preciso oferecer acompanhamento técnico, aulas e capacitação, para que o empresário saiba investir corretamente e evite quebrar nos dois ou três primeiros anos, quando a taxa de mortalidade das empresas ainda é muito alta”, frisou.
Além disso, ele ressaltou a necessidade de ampliar prazos de carência e reduzir juros, garantindo que os pequenos negócios tenham tempo de gerar caixa antes de iniciar os pagamentos.
“Carência cai bem, juros subsidiados também. É isso que pode dar fôlego para o pequeno negócio crescer”, disse.
Na avaliação do parlamentar, estimular os microempreendedores individuais e pequenas empresas é garantir o futuro do desenvolvimento econômico do país, já que as grandes corporações, em sua maioria, nasceram de iniciativas modestas que conseguiram superar a fase inicial.
“Se embalarmos bem esses negócios no início, como se faz com uma criança que aprende a andar, teremos empresas sólidas no futuro. O Brasil é um dos países mais empreendedores do mundo, mas precisamos transformar essa vocação em histórias de sucesso duradouro”, concluiu.