Nova orientação de Trump amplia tensão na região e ocorre após suspensão de voos e revogação de licenças por Caracas.
Foto: Reuters O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste sábado (29) que companhias aéreas devem considerar o espaço aéreo acima e ao redor da Venezuela “totalmente fechado”, elevando o alerta para uma possível ação americana contra o governo de Nicolás Maduro. A orientação foi publicada na rede Truth Social e direcionada também a pilotos e operadores investigados por tráfico de drogas e pessoas.
O governo Trump classifica Maduro como líder do grupo narcoterrorista Cartel de los Soles, argumento usado para justificar a ampliação da presença militar dos EUA no sul do Caribe. No dia 21 de novembro, a Administração Federal de Aviação (FAA) já havia recomendado que aeronaves evitassem sobrevoar o país, citando a piora do cenário de segurança e o aumento da atividade militar na região.
Após o alerta inicial, diversas companhias suspenderam voos que cruzavam o espaço aéreo venezuelano ou tinham o país como destino. Em resposta, o governo Maduro revogou licenças de ao menos seis empresas aéreas, entre elas TAP, Avianca, Turkish Airlines e Gol, acusando-as de aderir a ações de “terrorismo de Estado” promovidas pelos EUA e exigindo a retomada dos voos em 48 horas.
Na quinta-feira (27), Trump afirmou que ofensivas terrestres contra o narcotráfico na Venezuela devem começar “muito em breve”, sem detalhar o formato da operação. Segundo ele, o objetivo é ampliar o combate ao tráfico por terra, após o que classificou como redução do transporte marítimo de drogas. Informações do “New York Times” apontam que Trump e Maduro conversaram por telefone nos dias 22 e 23 de novembro, discutindo inclusive a possibilidade de um encontro nos EUA.
O aumento da pressão ocorre enquanto os EUA intensificam operações no Caribe. Desde agosto, ataques a embarcações suspeitas de tráfico no Caribe e no Pacífico resultaram em 83 mortes. O “NYT” informa que Trump avalia opções militares que incluem ações contra autoridades venezuelanas e medidas de controle sobre o petróleo do país. A revista “The Atlantic” afirma que Maduro estaria disposto a negociar sua saída, desde que receba anistia e garantias de exílio seguro, enquanto a Rússia declarou apoio à Venezuela na escalada.
A ofensiva americana inclui o envio de navios de guerra, um submarino nuclear, caças, bombardeiros e helicópteros para a região. O cerco se soma às bases militares e estruturas de cooperação mantidas pelos EUA em países próximos, algumas a menos de 100 quilômetros da fronteira venezuelana.
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