Porta-voz do presidente disse que ninguém ficou ferido. Confusão ocorreu durante ato em Buenos Aires nesta quarta-feira (27).
REUTERS/Agustin Marcarian O presidente da Argentina, Javier Milei, precisou ser retirado às pressas de uma carreata nesta quarta-feira (27), após ataques com pedras e garrafas. Segundo a imprensa local, o episódio ocorreu em Lomas de Zamora, ao sul da Grande Buenos Aires. Um porta-voz da Presidência informou que ninguém ficou ferido.
A carreata fazia parte de um evento do partido de Milei, A Liberdade Avança, e contava também com a presença do deputado José Luis Espert, candidato às eleições legislativas de outubro. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram Milei acenando para apoiadores na caçamba de uma picape quando a confusão começou. Outros registros exibem Espert deixando o local de moto, sem capacete.
De acordo com o jornal El Clarín, a carreata foi suspensa por razões de segurança, após opositores lançarem objetos contra o presidente. A imprensa argentina relatou confrontos entre apoiadores e opositores. Em entrevista à TV TN, Espert acusou militantes ligados à ex-presidente Cristina Kirchner de promoverem os ataques e afirmou que uma fotógrafa foi atingida por uma pedra. Até o momento, Milei não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Crise política
O episódio ocorre em meio a uma crise que envolve denúncias de corrupção no governo argentino. No último dia 22, a Justiça realizou buscas em investigação sobre um suposto esquema de propina que envolveria funcionários de alto escalão e a irmã do presidente, Karina Milei.
As suspeitas começaram após áudios atribuídos a Diego Spagnuolo, ex-dirigente da Agência Nacional da Pessoa com Deficiência (ANDIS), demitido em 21 de agosto. Nas gravações, ele menciona pagamentos de suborno e cita Karina Milei e Eduardo “Lule” Menem como beneficiários. Segundo Spagnuolo, os desvios chegariam a até 8% de cada contrato, valores entre US$ 500 mil e US$ 800 mil mensais.
A Justiça ainda não confirmou a autenticidade dos áudios nem apresentou acusações formais. Durante as operações, foram apreendidos carros, celulares, uma máquina de contagem de dinheiro e US$ 266 mil em espécie. O presidente reagiu às denúncias criticando a imprensa e a oposição.
Desgaste no Congresso
Paralelamente às investigações, Milei enfrenta dificuldades no Legislativo. Ao longo dos últimos meses, sofreu derrotas no Congresso e chegou a romper com sua vice-presidente, Victoria Villarruel, também presidente do Senado. As eleições legislativas de outubro são vistas como um teste político para o governo e para a agenda de austeridade e reformas de mercado defendida pelo presidente.
