Onda surfada pelo campeão mundial, Lucas Chumbo, chegou a 14,88 metros.
Foto: Luis Reis/Prefeitura de Jaguaruna A Laje da Jagua, conhecida por ser a maior onda do Brasil, consolidou seu status de "onda gigante" ao registrar um novo recorde. Em um feito histórico, a onda, localizada no litoral de Jaguaruna, em Santa Catarina, ultrapassou os 14 metros de altura, um marco que posiciona a região ainda mais no cenário global do surfe de ondas grandes.
O recorde foi registrado em um evento climático raro. Um poderoso ciclone extratropical invadiu a costa sul do Brasil, despertando a atenção da elite do Big Surf.
Em entrevista, o surfista Thiago Jacaré, um dos pioneiros e maiores defensores da Laje da Jagua, comentou sobre a marca histórica. “Foram 22 anos de trabalho para provar que o Brasil tem ondas gigantes, não apenas grandes, como é o caso da Laje da Jagua”, disse Jacaré, referindo-se à luta da Associação de Tow-In de Jaguaruna e da Jagua Boys para dar visibilidade à Laje.
Região contou com a presença de ídolos do surf
A força do ciclone atraiu nomes de peso, como o ex-surfista da WSL, Marco Polo, e o campeão mundial Lucas Chumbo, que se juntaram às equipes locais para o desafio. Foi uma onda surfada por Lucas Chumbo que, segundo medições técnicas, bateu o recorde, alcançando impressionantes 14,88 metros. A onda surfada por Marco Polo também se destacou, beirando os 14 metros.
As medições foram validadas pelo oceanógrafo Douglas Nemes, um especialista em ondas que utiliza um aplicativo próprio para calcular a altura a partir do posicionamento do surfista. “Com esse feito, conseguimos consolidar que o Brasil tem ondas no mesmo padrão de Nazaré e outros locais”, afirma Jacaré.
O surfista ressalta que a presença de atletas de elite como Chumbo e Polo eleva o patamar do Big Surf brasileiro e, principalmente, da Laje da Jagua. “Isso fortalece o nosso trabalho e mostra o potencial turístico da região. Já estamos vendo essa repercussão, com a mídia e até a Cazé TV, um canal focado em futebol, falando de surf e da Laje”, celebra.
Laje da Jagua abre possibilidades de crescimento da região
A repercussão do recorde já está se traduzindo em frutos concretos. Segundo Thiago Jacaré, o governo estadual e o município de Jaguaruna, assim como empresários locais, estão investindo no potencial da Laje. A região sediará dois grandes eventos: o Campeonato Brasileiro de Remada pela CB Surf e, o mais importante, uma etapa do Mundial de Ondas Grandes.
“Com o Mundial, Jaguaruna nunca mais será a mesma. Isso vai gerar turismo, mídia e divulgação internacional”, avalia Jacaré, que também revela que a Laje da Jagua ainda pode quebrar ondas maiores.
Com base nos estudos do oceanógrafo Douglas Nemes, a geografia do fundo marinho da Laje (que sobe de uma profundidade de 40 metros para 2 metros em apenas 5 quilômetros da costa) tem o potencial de gerar ondas acima de 20 metros. “Nós já vimos isso lá, mas não tínhamos registro. Agora, com mais investimentos e estrutura, vamos poder mostrar o que a Laje ainda tem a oferecer”, conclui o surfista.
