Investida pressiona acordo e intensifica análise de reguladores e do governo dos Estados Unidos.
Foto: REUTERS/Eric Gaillard/Foto de Arquivo A disputa pelo controle da Warner Bros. Discovery ganhou um novo capítulo nesta segunda-feira (8). A Paramount Skydance apresentou uma oferta hostil de US$ 108,4 bilhões para comprar a empresa, intensificando a disputa iniciada na semana passada, quando a Netflix anunciou um acordo superior a US$ 70 bilhões para adquirir os ativos de TV, cinema e streaming da companhia.
A proposta hostil, prática em que uma empresa tenta assumir outra sem o apoio da diretoria, foi direcionada diretamente aos acionistas da Warner. A Paramount ofereceu US$ 30 por ação, acima do valor negociado pela Netflix, que havia proposto cerca de US$ 28 por ação. Considerada a dívida da Warner, o pacote da Paramount chega a US$ 82,7 bilhões.
A ofensiva amplia a pressão sobre o ambiente regulatório e político. A fusão anunciada pela Netflix já vinha mobilizando autoridades antitruste, sindicatos e executivos de Hollywood devido ao impacto que poderia gerar sobre concorrentes e trabalhadores do setor.
Negociação da Netflix mobiliza Hollywood e governo dos EUA
A oferta da Paramount surge apenas três dias após a Netflix vencer uma guerra de lances que envolveu, além da própria Paramount, a Comcast. O acordo apresentado pela plataforma, avaliado em US$ 72 bilhões pelos ativos de conteúdo da Warner, provocou forte repercussão entre estúdios, reguladores, cineastas e sindicatos.
Caso concluída, a fusão daria à Netflix acesso a marcas como HBO, Warner Bros. Pictures, CNN e Discovery. Representantes dos trabalhadores demonstraram preocupação com risco de demissões e redução na produção de filmes para cinema. Concorrentes classificaram a operação como ameaça ao equilíbrio do mercado global de streaming.
A Netflix se mostrou disposta a avançar mesmo sob pressão regulatória e aceitou uma multa de rescisão de US$ 5,8 bilhões caso o acordo seja barrado.
O assunto também chegou à Casa Branca. O presidente Donald Trump afirmou que a concentração de mercado do novo grupo “poderia ser um problema” e disse que acompanhará de perto a análise conduzida pelo Departamento de Justiça. Nesta segunda-feira, o conselheiro econômico Kevin Hassett afirmou que a avaliação deve se estender “por um bom tempo”.
Paramount questiona processo e tenta reverter cenário
Esta não é a primeira investida da Paramount para adquirir a Warner. Desde setembro, o estúdio apresentou diversas propostas para consolidar um conglomerado capaz de competir com grandes plataformas e empresas de tecnologia. Todas foram rejeitadas.
Na semana passada, a Paramount enviou carta à Warner afirmando que o processo de negociação com a Netflix foi “tendencioso” e que a disputa teria sido conduzida de forma a favorecer a plataforma. A empresa também sustenta que a fusão criaria um grupo com 43 por cento do mercado global de streaming, o que, segundo seus advogados, violaria leis antitruste.
Com desempenho irregular em bilheterias, a Paramount tenta recuperar protagonismo ao posicionar-se como alternativa à Netflix. A oferta hostil aumenta a pressão sobre acionistas e reguladores, que já analisam possíveis riscos de concentração de mercado.
Para a Paramount, impedir que a Warner seja integrada à Netflix é essencial para evitar a formação de um conglomerado ainda mais dominante no setor de entretenimento.
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