Foto: Reprodução O avanço das inteligências artificiais no setor de programação trouxe um fenômeno curioso. A técnica conhecida como VibeCoding promete simplificar a vida de quem precisa de software: em vez de digitar código, o usuário apenas dita instruções, e a IA transforma o comando em linhas prontas. O método caiu no gosto de gerentes de produto, profissionais de vendas e pequenos empreendedores, que enxergam nele a possibilidade de criar soluções sem precisar de conhecimentos técnicos aprofundados.
Mas há um efeito colateral: os programas criados dessa forma vêm carregados de falhas. Interfaces inconsistentes, códigos mal otimizados e até vulnerabilidades de segurança se tornaram comuns. Tanto que já existe um mercado lucrativo apenas para corrigir esses problemas.
Empresas como a Hulan Labs e plataformas como a VibeCode Fixers, que reúne quase 300 programadores, atuam exclusivamente na tarefa de “consertar” softwares gerados por IA. A lógica é quase paradoxal: quanto mais se populariza o uso do VibeCoding, maior a demanda por profissionais humanos capazes de revisar, polir e blindar os sistemas.
Segundo o programador Hamed Sikhti, as falhas não decorrem de má-fé, mas da própria natureza da IA, que não possui senso crítico ou atenção a detalhes. Prompts mal formulados acabam gerando códigos problemáticos, deixando portas abertas para hackers explorarem brechas.
É aí que surge o alerta: o uso despreocupado dessa tecnologia pode sair caro. A pressa em criar soluções rápidas pode expor empresas e usuários a riscos sérios. E a tendência, ao que tudo indica, é que a figura do “corretor de VibeCoding” se consolide como uma nova especialidade no mercado digital.
No fim, a promessa de democratizar a programação com IA vem acompanhada de um custo extra: a necessidade de contratar quem entenda de código de verdade para garantir que a inovação não se transforme em vulnerabilidade.

Espaçotec
Especialista em Sistemas de Informação, certificado pela Google e Oracle, com mais de 25 anos de experiência em tecnologia. Pós-graduado em Redes, Engenharia de Software e Gestão Empresarial, é professor há mais de 15 anos e colunista do Espaçotec. Atua como mentor, líder técnico e educador, ajudando pessoas e empresas a crescerem com organização, planejamento e inovação. Apaixonado por eletrônica, une prática e criatividade em tudo o que faz.
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