Estudo da Federação aponta que os setores madeireiro e moveleiro são os mais afetados pela taxação; indústrias desses segmentos estão localizadas especialmente em zonas de baixo IDH.
A tarifa de 50% para todos os produtos exportados pelo Brasil imposta pelo presidente americano Donald Trump tem preocupado empresários catarinenses. A Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), promoveu, na última segunda-feira (28), a primeira reunião aberta do Comitê de Crise do Tarifaço. Durante o encontro, foi apresentado um estudo que aponta que Santa Catarina seria o segundo estado mais afetado do país pela taxa, com retração de 0,31% no PIB, atrás apenas do Amazonas.
Dentre os setores afetados, os que mais demandam alerta são o de madeira e móveis: 22,2% da produção de madeira e 12,1% dos móveis catarinenses têm os EUA como destino. Muitas dessas indústrias estão localizadas em regiões de baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), onde o desemprego gerado pela redução na atividade econômica pode gerar sérias consequências sociais.
Em 2024, os EUA representaram 15% das exportações catarinenses. A participação sobe para 42,5% no Planalto Norte, 24,9% no Centro-Norte, 23,7% no Alto Vale e 22,3% na Serra.
Indústria madeireira sofre os impactos da crise da tarifa
Muitas empresas do ramo madeireiro em Santa Catarina já foram afetadas pela tarifa, mesmo antes da implementação. Em Ipumirim, município no Oeste Catarinense, uma empresa já anunciou férias coletivas a quase 500 funcionários. Já há algumas semanas, empresas do ramo madeireiro vêm reduzindo ou paralisando a produção, devido à suspensão de pedidos.