Empresários do ramo madeireiro observam com preocupação as discussões sobre o tarifaço; algumas empresas já suspenderam as atividades.
A indústria madeireira e moveleira de Santa Catarina se destaca no cenário nacional. O estado é líder em exportação no setor, com uma receita superior a R$4 bilhões no primeiro semestre de 2025. O segmento representa um dos maiores polos exportadores catarinenses, juntamente à exportação de frango.
Contudo, o tarifaço de 50% imposto pelo presidente americano Donald Trump aos produtos exportados pelo Brasil pode impactar severamente na atividade econômica da indústria madeireira, provocando queda na produção, diminuição da arrecadação e aumento no desemprego.
Na região do Meio-Oeste catarinense, empresas do setor chegaram a suspender a produção devido às preocupações com a tarifa. Rogério Menegaz, empresário do ramo madeireiro e presidente do Sindimad na região da Amurel, afirma que as indústrias madeireiras estão em compasso de espera.
“Esperamos que essa crise seja temporária, que com a diplomacia se ache um meio termo para todos os países. Os pedidos feitos no primeiro momento foram paralisados, estão em compasso de espera agora, na espera de uma resolução”, afirma Rogério.
A situação do ramo madeireiro na Amurel
O empresário comenta que existem 1.128 empresas do ramo madeireiro na Amurel, e que passam por problemas semelhantes às empresas de outras regiões do estado. “Empresas da região estão sim com o mesmo problema. Tiveram pedidos suspensos e também estão em compasso de espera para ver o que vai acontecer num primeiro momento.”
Rogério comenta que as consequências do tarifaço serão queda na arrecadação e desemprego, tanto no Estado como no Brasil e nos municípios. “A madeira impacta muito na nossa região, principalmente no setor de emprego e de arrecadação, e o desemprego e a queda da arrecadação serão consequências certas se esse tarifaço se manter por um longo tempo”.
O empresário relata a dificuldade para a busca de novos mercados para exportação. “Não é uma coisa muito fácil de se fazer (buscar novos mercados para exportação), é uma coisa demorada, é uma busca de confiança, é uma procura que sempre leva muito tempo. Então, o tarifaço para a nossa região é muito ruim para o nosso desenvolvimento”, alerta Rogério.