Remédio à base de tirzepatida é o primeiro autorizado no país para o distúrbio respiratório.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do medicamento Mounjaro para o tratamento da apneia obstrutiva do sono em adultos com obesidade. A decisão foi assinada na última sexta-feira (17) e publicada nesta segunda-feira (20) no Diário Oficial da União.
Produzido pela farmacêutica Eli Lilly, o Mounjaro tem como princípio ativo a tirzepatida, substância que já era aprovada no país para o tratamento da diabetes tipo 2. De acordo com a empresa, essa é a primeira terapia medicamentosa validada no Brasil para o tratamento da apneia do sono, condição caracterizada por interrupções recorrentes da respiração durante o sono. O distúrbio pode causar roncos intensos, sonolência diurna e aumento do risco de doenças cardiovasculares.
“A aprovação de Mounjaro para a apneia obstrutiva do sono é um marco transformador para os pacientes, já que se trata de uma condição subdiagnosticada e com opções de tratamento limitadas”, afirmou Luiz André Magno, diretor médico sênior da Lilly, em comunicado oficial.
Base científica
A decisão da Anvisa se baseou em estudos clínicos que comprovaram a eficácia da tirzepatida na redução significativa das interrupções respiratórias durante o sono. Uma pesquisa publicada em 2024 na revista científica New England Journal of Medicine mostrou que até 50% dos adultos que utilizaram o medicamento deixaram de apresentar sintomas da apneia.
“Este estudo representa um avanço importante, oferecendo uma nova opção terapêutica promissora que atua nas complicações respiratórias e metabólicas da doença”, destacou o professor Atul Malhotra, da Universidade da Califórnia, autor principal do estudo.
Efeitos e resultados observados
Além de reduzir a frequência das pausas respiratórias, o uso da tirzepatida melhorou a qualidade do sono e diminuiu fatores de risco para doenças cardíacas. Pacientes que utilizaram o medicamento apresentaram ainda significativa redução de peso corporal, chegando a perder mais de 20% em cerca de nove meses, conforme dados de estudo publicado na JAMA (Journal of the American Medical Association).
O efeito colateral mais relatado foi o desconforto gastrointestinal leve.
Como age o medicamento
A tirzepatida atua simulando a ação de dois hormônios naturais:
GIP, responsável por estimular a liberação de insulina e reduzir o apetite e a glicose no sangue;
GLP-1, que retarda o esvaziamento gástrico e aumenta a sensação de saciedade.
Esses efeitos são semelhantes aos observados em outros medicamentos usados para perda de peso, como Ozempic e Victoza.
Apesar da aprovação, o Mounjaro ainda não está disponível nas farmácias brasileiras devido à alta demanda global. A previsão da Eli Lilly é de que o medicamento comece a ser comercializado no país ainda em 2024.
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