Em entrevista coletiva, procuradora reforçou as iniciativas do MP para ter mais proximidade com a população catarinense.
A procuradora-geral de Justiça, Vanessa Wendhausen Cavallazzi, reuniu profissionais da imprensa na manhã desta segunda-feira (25), no auditório da Unisul, em Tubarão, para um atendimento especial. Durante o encontro, ela destacou a importância de aproximar o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) da sociedade e reforçou o papel da instituição como agente de desenvolvimento social na região.
Em pauta, estava o projeto Prioriza, que visa trazer maior proximidade do MPSC com a sociedade catarinense e suas demandas, focando na regionalização e escuta ativa. A Dra. Vanessa Wendhausen Cavallazzi explicou como essa proposta funcionaria.
“Não existe possibilidade de a gente fazer um Ministério Público atender a sociedade hoje com problemas tão complexos se nós não estivermos muito próximos dela, compreendendo os problemas da realidade do local. E é isso que nós vamos fazer hoje. Escutar os promotores de justiça, debater acerca dos dados que nós vamos apresentar e escolher prioridades área a área”.
A procuradora-geral do Ministério Público de Santa Catarina destacou a necessidade de o órgão se adaptar às mudanças sociais trazidas pela era digital. Ela ressaltou que, com o avanço da tecnologia e o surgimento de problemas mais complexos, as soluções tradicionais muitas vezes não são suficientes, especialmente quando o poder público enfrenta limitações financeiras.
“Quando nós fomos criados, em 1988, não existiam celulares, não existia internet, não existia esse mundo digital que nós temos hoje. Ou nós estávamos dentro de casa, ou fora de casa. Hoje, as nossas crianças estão dentro de casa e, na verdade, com a porta aberta para o mundo inteiro. Disso, problemas muito mais difíceis de solucionar aparecem diante de nós”, explica.
“Não adianta mais nós firmarmos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) onde o Ministério Público dá aquilo que a sociedade ou aquilo que o poder público precisa cumprir. Muitas vezes, o poder público não tem capacidade econômica de implementar as soluções. Portanto, a ideia é sentarmos coletivamente com representantes de todas as partes afetadas e a partir daí construirmos as soluções ouvindo cada uma das partes envolvidas. Porque cada uma das partes envolvidas têm um pedaço do problema e um pedaço da solução”, menciona Vanessa.
A procuradora reforça a importância de conhecer a realidade local, para atender as demandas de cada região.
“Área criminal, área da infância e juventude, a área da cidadania, área do meio ambiente, o que a região de Tubarão tem de problemas em cada uma dessas áreas? Qual o principal objetivo dessas iniciativas e qual a importância de realmente estar próximo da população, trazendo esses temas que são tão importantes para a nossa comunidade? Primeiro a gente tem que falar de escuta ativa, de escutar a população, escutar a sociedade e a partir dessa escuta desenvolver a solução ou induzir a solução desses problemas”, afirma Vanessa.
“Outra coisa importante: nós não queremos apresentar ao final desse projeto todo do Prioriza uma coleção de denúncias ou uma coleção de ações civis públicas ou de TACs. O que nós queremos é apresentar resultados. Quantos por cento o índice de criminalidade caiu? Quantos por cento de baixa nos feminicídios? Nós queremos dados, resultados objetivos, dados que a sociedade possa sentir no seu dia a dia.”
Vanessa destaca que, ao definir as prioridades das demandas da região de Tubarão, cada uma dessas áreas de atuação do MP terá um projeto de ação. “Definidas as prioridades da região de Tubarão, a ideia é termos projetos para cada uma dessas áreas de atuação do Ministério Público. E esses projetos não são só projetos de ação, eles são projetos que têm métrica, que têm expectativa de resultado. E ao final do ciclo, a partir de janeiro do ano que vem, os promotores começam a executar esses projetos e, posteriormente, nós teremos os resultados concretos do que a gente planejou para apresentar à sociedade da região de Tubarão”, define a procuradora.