Agropecuária foi o principal destaque, com avanço de 15,2%, seguida por indústria e serviços
A economia de Santa Catarina avançou 4,2% no primeiro semestre de 2025, desempenho superior à média nacional, de 2,5%. Os dados são de uma estimativa divulgada nesta quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). O resultado foi impulsionado, sobretudo, pela agropecuária, que registrou crescimento expressivo de 15,2%, além de contribuições relevantes da indústria e do setor de serviços.
O estudo também analisou o desempenho dos três estados do Sul, que cresceram em média 3,5%, acima do indicador brasileiro. O Paraná liderou com alta de 5,3%, enquanto o Rio Grande do Sul apresentou avanço mais modesto, de 1%.
Agropecuária e indústria impulsionam
No caso catarinense, a agropecuária foi o motor da economia, com crescimento de 15,5% entre abril e junho, resultado ligado principalmente às lavouras de milho, soja e fumo. A soja concentrou a maior parte da produção e garantiu a força do setor no semestre, segundo a economista Juliana Trece, autora do estudo.
A indústria registrou crescimento de 3,9%, mantendo desempenho positivo, ainda que em ritmo menor no segundo trimestre. Entre os segmentos que mais contribuíram estão alimentos, têxteis, móveis, celulose, borracha e metalurgia. Já o setor de serviços avançou 3%, acima da média da região, com destaque para o comércio.
Crescimento acima da média desde 2017
A FGV aponta que Santa Catarina mantém trajetória de crescimento acima da média nacional desde 2017. Com isso, o estado ultrapassou a Bahia e consolidou-se como a sexta maior economia do país.
“A gente percebe diversos segmentos puxando o crescimento de forma estruturada, o que reduz a vulnerabilidade da economia catarinense”, destacou Juliana Trece.
Metodologia
O levantamento utilizou dados conjunturais do IBGE — como a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) e o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola — além de informações da EPE, ANP, DataSUS e Inep.
Os pesquisadores explicam que os números oficiais de PIB por estado mais recentes são de 2022, e que as estimativas buscam preencher essa lacuna com base em indicadores atualizados.