Foi preciso um homem de 29 anos desfigurar o rosto de sua companheira com nada mais, nada menos que sessenta e um socos, quebrar seus ossos com o impacto, as imagens fossem flagradas, com a mulher completamente indefesa e o homem claramente mais forte que ela, para que a revolta fosse instaurada. O fato é que existem várias julianas por aí que são símbolos de força feminina e da luta contra o feminicídio. Mulheres que tiveram seus corpos mutilados, queimados, violados de todas as formas possíveis, se tornaram sobreviventes e portadoras de uma alma mais dolorida que o próprio corpo depois de tanto sofrimento. O que espero é que pelo menos um caso como esse tenha uma justiça bem feita, em compensação a todos os outros milhões de homens agressores que foram poupados e seguem destruindo a vida de outras mulheres. Mulheres, se um homem é agressivo nos mais pequenos momentos, levanta a voz, soca a parede, a mesa, não vai demorar muito para que essa agressão exploda em você, peço cuidado, peço que vocês estejam atentas aos sinais. A mulher PODE e DEVE dizer não quando bem entender, ninguém é propriedade de ninguém e essa decisão começa por você.
Por entrelhinhas
Eduarda Barreiros Schotten é estudante de Jornalismo e escritora. Aprofundando-se em temas impactantes da sociedade, por entrelinhas, traz a humanidade ao texto de uma forma poética e as vozes dos marginalizados. Tocando em pontos sensíveis de questões que abalam a atualidade criativamente.