Foto: Marciane dos Santos (Vitor Jubini/A Gazeta/.) Maria de Lurdes tinha 17 anos quando conheceu José. Os dois começaram a namorar ainda na escola, ela sempre esforçada, ele sempre indiferente para com os estudos.
No começo era tudo rosas. Ele dizia que amava, comprava flores, dava presentes, escrevia cartas de amor. Mas os eu te amos não passavam de palavras cuspidas e Maria descobriu grávida, que José mantinha traições escondidas.
Era uma noite chuvosa, Maria preparava o Jantar quando José foi tomar banho e por um descuido impensado, deixou o celular no bolso da roupa suja. Maria pegou os trapos para lavar e o celular tocou, Maria se apressou em atender. Marcela era o nome da moça que atendeu, jovem, bonita, descobriu da pior forma que José era casado e Maria pior ainda, descobriu que foi traída.
Não podia manter-se no silêncio que andava consigo pelo casamento todos esses anos. Antes acreditava que amava e era amada, agora não mais, iria levantar a voz, iria confronta-lo. Do bate boca, uma agressão nasceu.
Depois de várias ameaças, Maria seguiu sua vida, em silêncio e com marcas pelo corpo. Mas José não desistia, não largava o osso, a perseguia, de todas as maneiras.
Até que um dia Maria resolveu dar um basta, denunciou pra polícia. Usou sua voz. E ele foi detido.
Mas que justiça podre a nossa, o liberou depois de 30 dias e como prometido, José matou Maria queimada viva. E selou o que prometeu “Até que a morte nos separe” menos a parte “prometo amar-te e respeitar-te”.

Por entrelhinhas
Eduarda Barreiros Schotten é estudante de Jornalismo e escritora. Aprofundando-se em temas impactantes da sociedade, por entrelinhas, traz a humanidade ao texto de uma forma poética e as vozes dos marginalizados. Tocando em pontos sensíveis de questões que abalam a atualidade criativamente.
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