Foto: Reprodução Nos últimos anos, o mercado imobiliário brasileiro passou por uma transformação silenciosa, porém significativa. Enquanto grandes capitais enfrentam limitações de espaço, custos elevados e saturação de oferta, as cidades médias — com população entre 100 mil e 500 mil habitantes — vêm se consolidando como os novos polos de desenvolvimento urbano e imobiliário.
Segundo levantamento da Cushman & Wakefield, o volume de lançamentos residenciais nessas cidades cresceu 2,5 vezes mais do que nas capitais nos últimos ciclos de mercado. Essa tendência reflete uma mudança de comportamento de famílias, investidores e incorporadores, que buscam novos horizontes de rentabilidade e qualidade de vida.
Há uma combinação poderosa de fatores que explica esse movimento do crescimento de cidades médias:
Custo de vida mais baixo e melhor qualidade de vida. A possibilidade de morar perto do trabalho, gastar menos tempo no trânsito e desfrutar de serviços públicos mais acessíveis faz dessas cidades um ambiente atrativo, especialmente para famílias jovens e profissionais que podem trabalhar de forma híbrida ou remota.
Terrenos mais acessíveis e obras mais viáveis. O preço do metro quadrado de terreno em cidades médias permite projetos de escala e qualidade que seriam inviáveis nas grandes capitais. Isso abre espaço para empreendimentos modernos, com áreas de lazer completas e valores mais compatíveis com a renda da população local.
Demanda reprimida e carência de produtos atualizados. Em muitas dessas cidades, ainda predominam imóveis antigos, com plantas ultrapassadas. Há uma nova geração de compradores buscando apartamentos compactos, funcionais e bem localizados — e isso representa uma oportunidade clara de valorização.
Infraestrutura em expansão. Universidades, hospitais regionais, novos eixos industriais e logísticos estão impulsionando a geração de empregos e a renda local. Com isso, cresce a demanda por moradia, serviços e espaços comerciais, fortalecendo o ciclo de desenvolvimento urbano.
O Brasil é um país de dimensões continentais, e a urbanização está se interiorizando. Cidades como Tubarão, Criciúma, Itajaí, Londrina, Maringá, Franca, Uberlândia e Juiz de Fora são exemplos claros dessa nova dinâmica: urbanas, conectadas e com forte vocação econômica regional.
O futuro do mercado imobiliário nacional passa inevitavelmente por esses centros intermediários. Para investidores e empreendedores, trata-se de um campo fértil, com custos menores, margens mais sustentáveis e grande potencial de valorização a médio e longo prazo.
Mais do que uma tendência passageira, o movimento para as cidades médias representa uma mudança estrutural no modo de viver, investir e construir no Brasil.

Construção em foco
Antonio Mendes Gazola é engenheiro civil, formado pela Unisul em 2014. Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho (Unicam, 2015) e pós-graduado em Gerenciamento de Obras, Qualidade e Desempenho pelo IPOG (2016). Atuou por cinco anos no serviço público, adquirindo ampla experiência em gestão e fiscalização de obras. Desde 2017, empreende na construção civil, com foco em projetos imobiliários inovadores e na busca por soluções que unam eficiência e qualidade. Atualmente, além de sua atuação empresarial, compartilha conhecimento e reflexões sobre engenharia, habitação e mercado imobiliário em sua coluna semanal, voltada a aproximar o leitor do universo da construção civil de forma prática e acessível.
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