Fiscalização do MPSC encontrou internações forçadas, violência e uso de medicação como punição
Foto: Reprodução Cinco funcionários de uma comunidade terapêutica foram presos em flagrante por cárcere privado em Garopaba após uma fiscalização do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A operação, coordenada pelo promotor de Justiça Guilherme Brito Laus Simas com apoio do Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública (CSP), resultou na interdição parcial da clínica.
A ação ocorreu após denúncias de que pacientes estavam sendo mantidos contra a vontade, sem qualquer respaldo legal. Segundo o MPSC, os internos eram levados à força — prática conhecida como “resgate” — e impedidos de sair por cerca de três meses. Nenhum deles possuía laudo médico que justificasse internação involuntária, modalidade proibida no local, que só poderia receber pacientes voluntários.
Durante a inspeção, os internos relataram violência física e psicológica, alimentação insuficiente, falta de higiene no preparo dos alimentos e uso de medicação forçada como forma de punição, que os deixava inconscientes. “Os relatos de sequestro, violência e medicação forçada são gravíssimos e exigem resposta imediata”, afirmou o promotor.
Ao todo, 35 pessoas estavam internadas. A instituição cobrava entre R$ 2 mil e R$ 5 mil por mês de cada paciente. Dos internos, 22 expressaram desejo de sair e foram encaminhados à assistência social do município, que também entrou em contato com familiares para organizar o retorno. Aqueles que manifestaram vontade de permanecer voluntariamente puderam ficar.
Os cinco funcionários detidos foram encaminhados ao presídio e devem passar por audiência de custódia.
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