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Segurança

Comando Vermelho planejou comprar drone com câmera térmica para vigiar incursões policiais no Rio

Mensagens interceptadas mostram criminosos negociando tecnologia para detectar agentes à noite.

Rio de Janeiro, 31/10/2025 11h28 | Por: Redação | Fonte: G1
Foto: Reprodução

Uma investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) revelou que integrantes do Comando Vermelho negociavam a compra de drones equipados com câmeras térmicas para monitorar a atuação policial durante a noite no Complexo da Penha, no Rio de Janeiro. O material interceptado pela polícia foi incluído na denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), que embasou a megaoperação realizada na última terça-feira (28), resultando na prisão de 113 suspeitos.

As mensagens mostram criminosos discutindo o uso da tecnologia para detectar policiais em áreas escuras ou de mata fechada. Em um dos trechos, um traficante comenta: “O meu não é noturno, o meu é câmera normal. Nós temos que ver o térmico.” Outro integrante responde: “A gente tem que se adequar à tecnologia, entendeu?”. Segundo os investigadores, a facção pretendia utilizar os equipamentos para ampliar o controle territorial e antecipar incursões policiais.

Base do Comando Vermelho e expansão territorial
As investigações apontam o Complexo da Penha como uma das principais bases operacionais do Comando Vermelho. A localização estratégica, próxima a vias expressas, favorece o escoamento de drogas e armas. De acordo com levantamento da Polícia Militar, o grupo domina atualmente 1.028 comunidades no estado. O Ministério Público afirma que a expansão gerou aumento na arrecadação e na demanda por armamentos e mão de obra armada.

Durante a operação de terça-feira, imagens mostraram criminosos fugindo pela mata, alguns com roupas camufladas e uniformes semelhantes aos das forças de segurança. Embora 113 suspeitos tenham sido detidos, poucos nomes da cúpula foram encontrados, e mais de 120 mortes foram registradas na ofensiva.
 

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Hierarquia, torturas e rede de vigilância
O relatório da DRE e do MPRJ aponta uma estrutura hierárquica rígida dentro da facção, com escalas de plantão, pagamentos e punições. As mensagens revelam ordens de tortura e execução determinadas por chefes locais. Entre os citados estão Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, apontado como líder da quadrilha na Penha e atualmente foragido, e Juan Breno Malta Ramos, o “BMW”, responsável por “tribunais do tráfico”.

Um dos casos descritos na denúncia mostra uma mulher sendo colocada em uma banheira de gelo como punição por uma briga em baile funk. Em outro, um homem foi arrastado por uma moto após ser acusado de roubo dentro da comunidade. Fagner Campos Marinho, conhecido como “Bafo”, foi identificado como um dos executores das sessões de tortura e está entre os presos.

Além das práticas violentas, o grupo mantém uma rede de câmeras de vigilância para monitorar a presença policial e rivais. As conversas interceptadas indicam o interesse em ampliar esse sistema com drones de visão térmica, reforçando o controle das áreas dominadas.

Operação e desdobramentos
A operação que revelou o esquema foi resultado de meses de investigação conduzida pela DRE em parceria com o MPRJ. As autoridades afirmam que o material apreendido evidencia o nível de sofisticação tecnológica alcançado pelo tráfico carioca, que hoje combina controle territorial, inteligência de vigilância e armamento pesado.

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