Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão. Operação investiga esquema de desvio de saibro.
A Polícia Civil de Imbituba deflagrou a segunda fase da Operação Castelo de Barro. O objetivo foi cumprir sete mandados de busca e apreensão, incluindo a residência de um vereador eleito nas últimas eleições municipais. A ação da polícia aconteceu na manhã desta quarta-feira (25). Participaram da operação policiais das delegacias de Laguna, Garopaba, Imaruí e DIC de Laguna.
A nova fase surgiu do aprofundamento das investigações que apuram os crimes de organização criminosa, compra de votos, caixa dois e lavagem de dinheiro.
Iniciada em outubro de 2024, a investigação inicialmente revelou um esquema de desvio de saibro contratado pelo município, um prejuízo estimado em mais de R$1 milhão. A primeira fase da operação foi deflagrada em janeiro deste ano, com a prisão preventiva dos proprietários da empresa contratada, além de mandados de busca e apreensão, bloqueio de bens e afastamento de servidor público.
Foi apurado que 60% do saibro comprado era desviado, ou até mesmo sequer existia. As suspeitas foram levantadas pelo fato da licitação ter sido executada em quase metade durante três meses, sendo que o contrato era de um ano.
A segunda fase da operação trouxe à tona o envolvimento direto do vereador eleito, que participou de reuniões com os empresários investigados, inclusive no dia da homologação da licitação fraudulenta. Foi apurado que, nos meses de agosto e, principalmente, setembro de 2024, o desvio de saibro foi intensificado para propriedades particulares, com o objetivo de financiar a campanha eleitoral do então candidato.
Conversas interceptadas revelaram que os materiais desviados visavam o subsídio eleitoral. Em 23 de setembro, foi realizada nova reunião na residência do vereador com os membros da empresa investigada. A partir daí, foi observado um aumento expressivo no desvio de saibro, às vésperas das eleições realizadas em 6 de outubro.
As investigações indicam a atuação de dois núcleos criminosos: um empresarial, responsável pela execução e movimentação financeira; e outro político-administrativo, supostamente liderado pelo vereador eleito, cuja posição política contribuiria para a continuidade dos desvios durante seu mandato.
Em razão de todos esses elementos, representou-se à Justiça Eleitoral pela prisão preventiva dos empresários e do vereador envolvidos, assim como pela busca e apreensão em seus endereços e nos endereços ocupados pelos laranjas. O Ministério Público se manifestou favoravelmente a todos os pedidos. Contudo, o juiz eleitoral considerou não haver elementos para as prisões preventivas.