Comissão formada por Clésio Crema Campos e Telma defende diálogo com o Executivo e alerta para o impacto social das dispensas.
Foto: Reprodução Uma comissão formada por servidores aposentados da Prefeitura de Tubarão busca reverter a decisão do governo municipal de encerrar os contratos de trabalho de funcionários aposentados que seguem em atividade. A medida, prevista para entrar em vigor em novembro, pode atingir entre 120 e 180 servidores, segundo estimativas da categoria.
Os representantes Clésio Crema Campos e Telma, que integram o grupo, participaram do Jornal Litoral, da Rádio Litoral, para esclarecer o caso e cobrar diálogo com o Executivo. Eles afirmam que as cartas de desligamento enviadas aos servidores citam uma recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SC), mas argumentam que o documento não exige a demissão imediata de todos os aposentados.
“O Tribunal pode até estar cobrando regularização, mas não determinou demissões. O prefeito poderia, se fosse o caso, rever cargos comissionados antes de atingir servidores que dedicaram décadas à Prefeitura”, disse Clésio.
A lei municipal nº 147/2017, aprovada ainda na gestão do ex-prefeito Juarez Ponticelli, estabelece que servidores aposentados poderiam permanecer na ativa até os 75 anos, regra que vinha sendo renovada a cada mandato. Segundo os integrantes da comissão, o atual governo rompeu esse entendimento e não tem apresentado soluções alternativas.
Telma destacou o impacto humano e econômico que a decisão pode causar.
“Tem colegas que se aposentaram por idade, mas continuam trabalhando para complementar a renda. A retirada abrupta desses trabalhadores, muitos com mais de 40 anos de serviço, é um desrespeito. O prefeito falou em valorizar os aposentados durante a campanha, e agora, na véspera do Dia do Servidor Público, o presente é a demissão”, afirmou.
Os representantes também criticaram a forma como as notificações estão sendo entregues. Segundo eles, servidores de férias receberam cartas de dispensa em casa, o que consideram um “ato desrespeitoso”.
“É um descaso. Colegas ficaram sem palavras ao receber a notícia durante o período de descanso”, contou Telma.
A comissão tenta agendar uma reunião com o prefeito Stenner Soratto e com o presidente da Câmara de Vereadores, mas até o momento não houve retorno. O grupo também encaminhou uma carta à Câmara pedindo apoio e transparência sobre o processo.
Além da preocupação com o impacto nas famílias, os servidores alertam para a perda de mão de obra experiente em áreas técnicas e operacionais.
“Eu trabalho há 43 anos no saneamento básico, conheço cada rede e ligação de esgoto da cidade. Nada disso está informatizado. Como alguém novo vai assumir sem esse conhecimento?”, questionou Clésio.
Ao final da entrevista, os representantes agradeceram o espaço da Rádio Litoral e reforçaram o pedido de sensibilidade e diálogo por parte da administração municipal.
“Estamos aqui para contribuir com o município, não para atrapalhar. Queremos que o prefeito repense essa decisão e honre o compromisso assumido com os servidores”, concluiu Telma.
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