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Como acontece o monitoramento das baleias-francas no litoral catarinense?

Trabalho é realizado pelo projeto Franca Austral, utilizando várias linhas de pesquisa para acompanhar as baleias.

Santa Catarina, 01/07/2025 10h46 | Por: Eduardo Mota
Foto: Acervo Pessoal

O litoral sul-catarinense é conhecido por suas enseadas calmas e protegidas, que atraem as baleias francas durante os meses de inverno para que elas possam gerar e dar à luz a seus filhotes. As fêmeas chegam à região especialmente entre julho e novembro, embora este ano as primeiras avistagens tenham ocorrido mais cedo, no final de maio.

As primeiras baleias que chegam permanecem na região por cerca de dois a três meses após o nascimento de seus filhotes. O auge da temporada de avistagens é em setembro, com as últimas baleias partindo em novembro, definindo uma sazonalidade na presença da espécie no litoral.

O monitoramento das baleias é realizado pelo Projeto Franca Austral, com patrocínio da Petrobras. Karina Groch, diretora de pesquisa do Instituto Australis e coordenadora do projeto Franca Austral, menciona que o acompanhamento das baleias acontece através de várias linhas de pesquisa.

“A gente consegue monitorar a presença das baleias por meio de algumas linhas de pesquisa principais, que é a observação a partir da terra, por meio de pontos fixos localizados na costa, aproveitando que o nosso litoral é recortado e tem diversos promontórios rochosos e costões, o que facilita a avistagem das baleias, que é uma espécie que permanece bem perto da costa, logo após a arrebentação das ondas, e assim a gente consegue pesquisá-las observando a partir de terra, com o uso de binóculos. Nós também temos uma pesquisa que é embarcada, onde a gente faz saídas eventuais para coletar amostras de pele das baleias, para análise genética, análise de isótopos estáveis, dentre outras substâncias. Esse trabalho nos permite estudar as áreas de alimentação das baleias francas, que são na região antártica. Durante o período que elas estão aqui, elas não se alimentam, elas ficam em jejum”.

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Karina também ressalta a importância do uso de helicópteros e de drones no monitoramento.

“Sobrevôos de helicóptero e drone são realizados para a fotoidentificação das baleias. Os voos de helicóptero, geralmente anuais e no pico da temporada, cobrem uma área mais ampla (cerca de 400 km do litoral de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul). Os drones, com voos mais frequentes, complementam esse trabalho, permitindo monitoramentos periódicos e a catalogação individual das baleias.”

A coordenadora do projeto Franca Austral destaca que os monitoramentos são fundamentais. “Esses monitoramentos são importantes para quantificar a presença de baleias e filhotes, acompanhando a recuperação populacional da espécie. Atualmente, a taxa de crescimento populacional das baleias francas é estimada em 4,8% ao ano, com uma população estimada em 800 indivíduos.”

Recentemente, um novo filhote foi avistado na Praia de Itapirubá, em Imbituba, próximo à sede do Centro Nacional de Conservação da Baleia Franca. O nascimento confirma o padrão de fêmeas grávidas que chegam à região e dão à luz após alguns dias. Karina detalha como é a vida do filhote, nos primeiros meses de vida.

“A mãe permanecerá com o filhote por dois a três meses na área, período fundamental para o aprendizado de habilidades essenciais como nadar, respirar e se orientar, antes de enfrentar a longa viagem para as áreas de alimentação na Antártica. A mãe amamenta o filhote durante todo o primeiro ano de vida, e após esse período, os filhotes se separam e as fêmeas se preparam para uma nova gestação, que ocorre a cada três ou quatro anos.”

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