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COLUNISTAS

IA dominando a internet – o que isso significa para a qualidade do conteúdo?

23/10/2025 09h17 | Atualizada em 23/10/2025 09h17 | Por: Levi Tancredo
Foto: Reprodução

Nos últimos anos, a presença da inteligência artificial (IA) na produção de textos online cresceu de forma acelerada. Uma análise de publicações entre 2022 e 2025 indica que, em maio, artigos escritos por modelos de linguagem chegaram a 51% do total, superando os criados por pessoas (48,28%). Embora o recorte citado tenha considerado 65 URLs, o dado ilustra uma tendência clara: a IA deixou de ser coadjuvante e passou a ocupar papel central na geração de conteúdo.

Esse avanço traz benefícios e dilemas. Por um lado, ferramentas de IA auxiliam na escrita, com correções gramaticais, reorganização de ideias, sugestões de clareza, sem necessariamente substituir a voz do autor. Por outro, o uso excessivo e desatento pode criar um ciclo vicioso: a IA treina em conteúdos produzidos por IA, que por sua vez alimentam novos textos automatizados. O risco é uma “retroalimentação” que empobrece o ecossistema informacional.

IA como apoio versus IA como substituta

  • Uso consciente: quando a IA é empregada como apoio (revisão, padronização, rascunhos iniciais), preserva-se a autenticidade, a visão de mundo e a opinião do autor. A tecnologia atua como um editor paciente e disponível, elevando a qualidade sem apagar a individualidade.
  • Uso acrítico: quando a IA substitui integralmente o processo criativo, surgem textos corretos, mas genéricos. O discurso tende ao “lugar-comum”, com pouca profundidade e baixa originalidade.

A armadilha do conteúdo repetitivo

A internet sempre recompensou a repetição como resumos, listas e “melhores práticas”. Com a IA, esse padrão se intensifica. Modelos de linguagem são ótimos em reconhecer e reproduzir padrões; por isso, quando alimentados com materiais redundantes, produzem “cópias de cópias”. O resultado é:

  • Deterioração da qualidade: textos que soam certos, mas dizem pouco.
  • Irrelevância contextual: recomendações que não consideram nuances locais, culturais ou setoriais.
  • Distorção sutil: simplificações que, acumuladas, alteram o sentido original de ideias complexas.

Como antídoto, a criatividade humana continua essencial. Experiências pessoais, análises originais, reportagens em campo e interpretações embasadas geram material que a IA, por definição, não viveu nem sentiu. É esse “calor humano” como o contexto, a crítica e o conflito de ideias, que evita a homogeneização.

Em síntese: a predominância da IA na publicação online é um fato, mas o impacto sobre a qualidade depende menos da tecnologia e mais de como a usamos. Quando combinada com curadoria rigorosa e autoria responsável, a IA pode ampliar a qualidade e o alcance do conteúdo. Sem isso, corremos o risco de uma internet cada vez mais previsível e menos útil.
 

Levi Tancredo

Espaçotec

Especialista em Sistemas de Informação, certificado pela Google e Oracle, com mais de 25 anos de experiência em tecnologia. Pós-graduado em Redes, Engenharia de Software e Gestão Empresarial, é professor há mais de 15 anos e colunista do Espaçotec. Atua como mentor, líder técnico e educador, ajudando pessoas e empresas a crescerem com organização, planejamento e inovação. Apaixonado por eletrônica, une prática e criatividade em tudo o que faz.

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