Estimativa aponta aumento de 28% na produção de maçãs e expansão em milho, feijão e tabaco; arroz e soja devem recuar após recordes anteriores
A Epagri/Cepa divulgou, nesta segunda-feira (29), as primeiras projeções para a safra de verão 2025/26 em Santa Catarina. O levantamento indica um cenário positivo para várias culturas, com destaque para a maçã, que deve alcançar 615 mil toneladas, crescimento de 28% em relação ao ciclo anterior.
Apesar de uma ligeira redução de área plantada, a produtividade média da fruta deve avançar 28,4%, chegando a 35,7 mil kg/ha. A variedade Fuji segue liderando a produção, enquanto os Campos de Lages permanecem como principal região produtora.
Milho e silagem em expansão
A projeção para o milho grão mostra aumento de 0,83% na área cultivada, com expectativa de 2,25 milhões de toneladas e a segunda melhor produtividade da série histórica. Já o milho para silagem deve crescer 1,03% em área.
Feijão: menos área, mais volume
Mesmo com retração de 5,67% na área plantada, a produção de feijão primeira safra deve subir 5,36%, chegando a 67,3 mil toneladas.
Banana mantém estabilidade
A produção está estimada em 770 mil toneladas, alta de 0,3% sobre a safra anterior. A expansão da área (3,2%) contrasta com leve queda na produtividade (-1,9%).
Tabaco cresce no Sul
A fumicultura catarinense deve registrar 3,94% de aumento na área plantada e 3,49% na produção, somando 233,7 mil toneladas. Municípios do Sul, como Criciúma, Araranguá e Tubarão, lideram a expansão.
Arroz e soja devem recuar
Após safra recorde, o arroz apresenta retração: queda de 1,29% na área cultivada e redução de 4,91% na produtividade, com produção de 1,22 milhão de toneladas.
A soja, por sua vez, deve reduzir 1,75% da área plantada, refletindo queda nos preços e maior competição com milho e tabaco.
Planejamento para o novo ciclo
Segundo a analista Glaucia Padrão, da Epagri/Cepa, os preços mais baixos dos grãos exigem atenção:
“É um momento de revisão das estratégias de cultivo. A análise de mercado e as decisões regionais serão fundamentais para equilibrar custos e garantir maior segurança ao produtor.”
As estimativas foram elaboradas a partir de dados coletados junto a cooperativas, sindicatos, extensionistas, prefeituras e agentes de mercado em todas as regiões produtoras, assegurando um diagnóstico detalhado do setor agrícola catarinense.